Dólar Alto Beneficia Embraer, JBS e Votorantim: ‘Vamos Apenas Ganhar Dinheiro’
O recente aumento do dólar em relação ao real tem sido vantajoso para os negócios de algumas grandes empresas brasileiras, como Embraer, JBS e Votorantim, conforme apontam seus executivos.
Durante um evento realizado pela agência de classificação de risco Moody’s, em São Paulo, executivos de destaque de três grandes grupos empresariais brasileiros destacaram que a recente valorização do dólar em relação ao real é vista como um fator positivo para suas operações.
Embraer: Impacto Positivo do Dólar Alto
Antonio Carlos Garcia, CFO da Embraer (EMBR3), destacou que a companhia não está preocupada com as variações cambiais no curto prazo. Segundo ele, o dólar mais alto favorece a fabricante de aeronaves, que possui uma base significativa de clientes internacionais. “Vamos apenas ganhar dinheiro”, afirmou Garcia durante o painel, ressaltando que a empresa não enxerga “nenhuma crise à vista”. Ele também mencionou que a Embraer nunca vendeu tantos jatos como agora.
JBS: Mais Oportunidades do que Desafios
Guilherme Cavalcanti, Global CFO da JBS (JBSS3), comentou que o cenário atual oferece mais oportunidades do que desafios para a maior produtora de carnes do mundo. Ele observou que, como empresa exportadora, a JBS se beneficia com a alta do dólar. Cavalcanti também minimizou os possíveis impactos de uma desaceleração econômica, afirmando: “Mesmo em recessão, as pessoas podem deixar de comprar carne bovina, mas compram carne de frango”. Ele destacou que a JBS tem uma geração de caixa sólida, independentemente do ciclo econômico.
Votorantim: Experiência e Diversificação
Sergio Malacrida, CFO da Votorantim, destacou a longa história da companhia, que já soma 106 anos no Brasil. Segundo ele, o grupo está acostumado a lidar com as flutuações cambiais, e o controle do nível de alavancagem e a diversificação de produtos são as principais estratégias para enfrentar a volatilidade do câmbio. Malacrida também mencionou que a Votorantim possui atualmente 30% de seus ativos em países desenvolvidos e 70% em mercados emergentes, com maior concentração no Brasil. Ele afirmou que a estrutura de capital da empresa é “bastante robusta”.
Em 2024, o dólar à vista acumulou uma alta de 15,5% em relação ao real, refletindo o impacto dessa valorização nas estratégias de exportação dessas empresas.
